Hoje vamos falar de protagonistas do mundo da bioquímica e de diversas outras áreas: Os radicais livres e a influência deles na doença de Alzheimer.
Radicais livres são átomos ou moléculas extremamente instáveis e reativos. A existência de elétrons não emparelhados na última camada eletrônica é o que os tornam extremamente reativo com diversas moléculas presentes nas células.
Grande parte desses radicais existentes no organismo é formada a partir do metabolismo de O2 na célula, recebendo nome específico: espécies reativas de O2. H2O2 , -O2, HO- são exemplos delas. Também existem espécies reativas derivadas do enxofre, do nitrogênio,existem também os radicais lipídicos.
Quando ouvimos o nome “Radicais livres” logo surge um sentimento de rejeição, afinal, em parte, devemos a eles o fato de envelhecermos e morrermos. Certamente, eles são responsáveis pelos processos de envelhecimento físico e mental do organismo e pelo declínio das funções do organismo.Porém, eles exercem papel importante no funcionamento do organismo: são responsáveis pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e no sistema imunológico, apresentando-se como resistências à invasão de microorganismos. Portanto, não os odeie tanto....
O organismo naturalmente produz defesa contra o excesso de radicais livres, são os anti-oxidantes,eles doam elétrons aos radicais, estabilizando-os.
Os anti-oxidantes também podem ser conseguidos através da alimentação ou de medicação.Exemplos deles são a vitamina C, presente na laranja e o selênio, encontrado em sementes oleaginosas (castanhas, nozes), carne, ovos, leite e derivados.
O hábito de fumar, o estresse, a má-alimentação da vida moderna, a poluição ambiental, entre outros fatores, provocam a produção excessiva desses radicais. Portanto, CUIDADO! Esse aumento na quantidade de radicais ou o déficit de agentes anti-oxidantes provoca o fenômeno chamado “Stress oxidativo”, que é, a presença em excesso dos radicais no organismo e pode ter como consequências o surgimento ou o agravamento de problemas como: câncer, doenças cardíacas, envelhecimento precoce, doenças neurodegenerativas.
Enfim, falei, falei e você deve estar se perguntando onde a doença de Alzheimer se encaixa nesse assunto todo... Portanto, vamos a ela!
O cérebro é um órgão rico em ácidos poliinsaturados, e, por isso, consome grande quantidade de O2, produzindo, portanto, elevadas quantidades de radicais livres. Os radicais reagem fortemente com células gordurosas e como as células nervosas e o cérebro são compostos principalmente por gordura, a região cerebral torna-se um foco de ação dos radicais, quando estes estão em excesso. A atuação deles pode estar na inibição da produção de neurotransmissores, como por exemplo, a acetilcolina, relacionada à memória e ao aprendizado; a dopamina que atua sobre o equilíbrio e o movimento físico; a serotonina que age sobre o humor e o apetite, entre outros. O estresse oxidativo acarreta mais um problema: ele provoca resposta defensiva do sistema imunológico, que tem como efeito colateral mais radicais livres sendo produzidos; gerando um processo inflamatório.
Pesquisas realizadas nos últimos anos têm associado esse processo inflamatório e o dano tecidual gerado por ele a muitas doenças neurodegenerativas, inclusive à doença de Alzheimer. É um efeito em cascata, o excesso de radicais colabora com o surgimento da doença, e as reações conseqüentes da doença produzem mais radicais, agravando o processo de inflamação. A clivagem incorreta da proteína APP, que dá origem à beta-amilóide, e a fragmentação das placas de beta-amilóide, são exemplos das reações conseqüentes da doença.
www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/acessoConteudo.php?nrseqoco=54675
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100014&script=sci_arttext&tlng=en
www.mega21.com.br/artigo/250-Reacoes-prejudiciais-dos-radicais-livres.htm
www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/4980/doenca-de-alzheimer
www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4413
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