terça-feira, 28 de dezembro de 2010

As proteínas da Memória

Através de estudos em camundongos com doença de Alzheimer, feito por cientistas da University of Texas Health Science Center at San Antonio, nos Estados Unidos, foi comprovado que ao aumentar uma proteína chamada CBP poderia haver uma restauração na memória e aprendizado dos camundongos com Alzheimer. Vale salientar apenas que a doença de Alzheimer em animais como camundongos é diferente da doença em humanos, entretanto tal pesquisa pode se considerada uma conquista, pois essa proteína é importante, acarretando um efeito dominó sobre outras proteínas que carregam sinais das sinapses para o núcleo do neurônio, afirma o sênior da pesquisa Dr. Salvatore Oddo.

A CBP é uma proteína formada através de outra proteína chamada CREB (que atua como fator de transcrição), elas são fundamentais na memória e aprendizagem. Para explicar melhor sobre essa proteína e sua importância junto com a proteína CBP, falarei sobre uma pesquisa feita na década de 90 pelos pesquisadores Tully e Jerry Yin do Cold Spring Habor Laboratory, no qual eles treinaram certo tipo de espécie de mosca modificada geneticamente para memorizar uma tarefa realizando somente um único treinamento. As moscas modificadas só conseguiram realizar tal tarefa, porque tiveram a memória ampliada através da proteína CREB. A formação da memória libera uma molécula mensageira chamada de AMP cíclica. A AMP cíclica dispara a formação de outra proteína que se liga ao DNA da célula nervosa para assim ativar a sequência inteira de genes, no final construindo as sinapses responsáveis pela memória. Tal proteína é chamada de proteína de ligação AMP cíclica com elemento de resposta ou CREB.

Sabe-se que a proteína beta amilóide bloqueia a formação de memória, entretanto com estudos sobre as proteínas CBP e CREB pode-se haver uma esperança para a criação de tratamentos no combate a perda de memória causada pelo Alzheimer.

Fonte:

http://www.agencia.fapesp.br/materia/13182/proteina-restaura-memoria.htm

http://www.propsico.psc.br/PDF/pilintelscient.pdf

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Vídeos sobre o Alzheimer


Dois vídeos interessantes em inglês e espanhol sobre a doença de Alzheimer. Abordando aspectos gerais da doença de forma didática e de fácil compreensão.

Fontes:

http://www.youtube.com/watch?v=zgYixMPFthQ&feature=channel

http://www.youtube.com/watch?v=pLTAtdfxPV4&feature=related

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Proteína Tau: Uma esperança para combater o Alzheimer!


Já falamos sobre os novelos neurofibrilares que são pequenos novelos protéicos que se acumulam no citoplasma do neurônio, formados pela proteína Tau. A proteína Tau é super importante para entendermos sobre a Doença do Alzheimer, por isso vamos explicar um pouco mais sobre ela.

A proteína Tau é uma fosfoproteína encontrada no sistema nervoso central e periférico, componente principal dos microtúbulos, no qual se encontra em estado polimerizado ajudando a manter a construção e estabilização do neurônio em cérebros normais. Ela se encontra livre no interior do neurônio agrupada em filamentos e consequentemente agregadas formando os insolúveis emaranhados neurofibrilares. Entretanto segundo estudos da Dra. Adriana Ferreira e co-pesquisadores da Universidade de Medicina de Feinberg e o Instituto da Universidade de Northwestern os neurônios são capazes de manter a composição dos microtúbulos conforme o envelhecimento sem a presença da proteína Tau, sendo assim um comportamento dinâmico dos microtúbulos.

Um trabalho com ratos publicado na revista Science confirma a idéia de que a redução dessa proteína ajudaria a interromper a progressão dos sintomas da doença de Alzheimer, tais como, crises convulsivas e perda de memória. Embora a DA afete diferentemente ratos e humanos, a descoberta impressionou os pesquisadores, pois a maioria dos esforços para tratar a doença está focada em diminuir os níveis da proteína beta-amilóide (responsável por formas as placas neuríticas).

Alguns estudos mostram que a formação dos filamentos da proteína Tau se encontra em uma região chamada “domínios repetidos”, isso é importante, pois mostra que no futuro poderá haver métodos farmacológicos que possam inibir a formação de agregados de proteínas Tau. Assim quem sabe diminuindo os sintomas da DA ou quem sabe curando-a definitivamente.

Fonte:

http://www.neurociencias.org.br/pt/502/funcao-da-proteina-tau-em-neuronios-de-recem-nascidos/

http://emedix.uol.com.br/not/not2002/02abr30neu-nw-tpr-alzheimer.php

http://www.news.med.br/p/medical-journal/11203/reducao+dos+niveis+da+proteina+tau.htm

http://www.bv.fapesp.br/en/bolsas/52398/proteina-tau-alvo-planejamento-racional/


sábado, 11 de dezembro de 2010

RADICAIS LIVRES E ALZHEIMER

Oi pessoal!

Hoje vamos falar de protagonistas do mundo da bioquímica e de diversas outras áreas: Os radicais livres e a influência deles na doença de Alzheimer.

Radicais livres são átomos ou moléculas extremamente instáveis e reativos. A existência de elétrons não emparelhados na última camada eletrônica é o que os tornam extremamente reativo com diversas moléculas presentes nas células.

Grande parte desses radicais existentes no organismo é formada a partir do metabolismo de O2 na célula, recebendo nome específico: espécies reativas de O2. H2O2 , -O2, HO- são exemplos delas. Também existem espécies reativas derivadas do enxofre, do nitrogênio,existem também os radicais lipídicos.

Quando ouvimos o nome “Radicais livres” logo surge um sentimento de rejeição, afinal, em parte, devemos a eles o fato de envelhecermos e morrermos. Certamente, eles são responsáveis pelos processos de envelhecimento físico e mental do organismo e pelo declínio das funções do organismo.Porém, eles exercem papel importante no funcionamento do organismo: são responsáveis pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e no sistema imunológico, apresentando-se como resistências à invasão de microorganismos. Portanto, não os odeie tanto....

O organismo naturalmente produz defesa contra o excesso de radicais livres, são os anti-oxidantes,eles doam elétrons aos radicais, estabilizando-os.

Os anti-oxidantes também podem ser conseguidos através da alimentação ou de medicação.Exemplos deles são a vitamina C, presente na laranja e o selênio, encontrado em sementes oleaginosas (castanhas, nozes), carne, ovos, leite e derivados.


O hábito de fumar, o estresse, a má-alimentação da vida moderna, a poluição ambiental, entre outros fatores, provocam a produção excessiva desses radicais. Portanto, CUIDADO! Esse aumento na quantidade de radicais ou o déficit de agentes anti-oxidantes provoca o fenômeno chamado “Stress oxidativo”, que é, a presença em excesso dos radicais no organismo e pode ter como consequências o surgimento ou o agravamento de problemas como: câncer, doenças cardíacas, envelhecimento precoce, doenças neurodegenerativas.

Enfim, falei, falei e você deve estar se perguntando onde a doença de Alzheimer se encaixa nesse assunto todo... Portanto, vamos a ela!

O cérebro é um órgão rico em ácidos poliinsaturados, e, por isso, consome grande quantidade de O2, produzindo, portanto, elevadas quantidades de radicais livres. Os radicais reagem fortemente com células gordurosas e como as células nervosas e o cérebro são compostos principalmente por gordura, a região cerebral torna-se um foco de ação dos radicais, quando estes estão em excesso. A atuação deles pode estar na inibição da produção de neurotransmissores, como por exemplo, a acetilcolina, relacionada à memória e ao aprendizado; a dopamina que atua sobre o equilíbrio e o movimento físico; a serotonina que age sobre o humor e o apetite, entre outros. O estresse oxidativo acarreta mais um problema: ele provoca resposta defensiva do sistema imunológico, que tem como efeito colateral mais radicais livres sendo produzidos; gerando um processo inflamatório.

Pesquisas realizadas nos últimos anos têm associado esse processo inflamatório e o dano tecidual gerado por ele a muitas doenças neurodegenerativas, inclusive à doença de Alzheimer. É um efeito em cascata, o excesso de radicais colabora com o surgimento da doença, e as reações conseqüentes da doença produzem mais radicais, agravando o processo de inflamação. A clivagem incorreta da proteína APP, que dá origem à beta-amilóide, e a fragmentação das placas de beta-amilóide, são exemplos das reações conseqüentes da doença.


Fontes:
www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/acessoConteudo.php?nrseqoco=54675

www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100014&script=sci_arttext&tlng=en

www.mega21.com.br/artigo/250-Reacoes-prejudiciais-dos-radicais-livres.htm

www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/4980/doenca-de-alzheimer

www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4413